terça-feira, 16 de setembro de 2008

Para onde fugiu o chão ?
Ainda há pouco o pisava ...
Deixei de sentir a mão,
Que ainda agora apertava ...
Donde veio esta opressão
Que me esmaga sem clemência
E me abandona sem perdão
A uma precoce demência ?
Trovoada sem trovão,
Porque me rasgas o céu ?
Desvanece-te num clarão
E devolve-me o que é meu ...
Não te consigo fugir: ir, ir ...
Mal consigo respirar: ar, ar
Resta-me apenas fingir: rir, rir
Que estou prestes a acordar ...
Fica calmo.
Fica quieto.
E não te sintas frustrado
Por concluir que está certo
Que tudo o mais esteja errado
O meu discurso directo
Disfarça-te à perfeição
Tornou-se um agente secreto
Capaz da mais alta traição
Não tentes estender as asas:
Não terias para onde ir
O destino cortou-te as vazas
Não te adianta ganir
Fica calmo.
Fica quieto.
Deixa-te ir devagarinho.
Vais ver que virá outro afecto
Preencher-te de mansinho