Para onde fugiu o chão ?
Ainda há pouco o pisava ...
Deixei de sentir a mão,
Que ainda agora apertava ...
Donde veio esta opressão
Que me esmaga sem clemência
E me abandona sem perdão
A uma precoce demência ?
Trovoada sem trovão,
Porque me rasgas o céu ?
Desvanece-te num clarão
E devolve-me o que é meu ...
Não te consigo fugir: ir, ir ...
Mal consigo respirar: ar, ar
Resta-me apenas fingir: rir, rir
Que estou prestes a acordar ...